quinta-feira, 23 de junho de 2011

Estilhaços (Parte I)

“Há muito tempo atrás, no Outeiro dos Alecrins, foi construído um solar que se diz assombrado. É avistado da maioria das casas da aldeia como um monumento deixado às ervas e, apesar do nome, ninguém testemunha que algum dia tenham existido alecrins nos terrenos em redor da moradia.

Mas esquecendo-nos do Outeiro, Âmbar é o nome de uma jovem que há muito foi dada como desaparecida, talvez tenham já passado setenta anos. Diz-se nas vozes do povo que foi levada num carro negro por um senhor e uma senhora, também eles de trajes fúnebres, que a aliciaram com doces. Em parte é uma mentira que se conta para assustar as crianças. O pormenor do carro e das roupas mais escuras são dispensáveis à verdade que poucos conseguem destrinçar.

No dia em que Âmbar desapareceu, ela saíra com o irmão mais novo, Jun, para uma das suas tardes de brincadeira. Mas nesse dia tinham decidido não ir atormentar os velhotes e sim praticar um acto mais aventureiro. No mapa da aldeia improvisado com papel de cozinha, traçaram o próximo destino com uma cruz: o Outeiro. É de mencionar que ambos iam munidos de espadas de pau para combaterem os espíritos malignos que pudessem habitar a mansão. Correram pelo caminho arborizado, encobertos por agradáveis sombras de árvores de fruto, e remeteram por um trilho quase invisível por falta de uso. Ele rapidamente os deixou à entrada do solar.

Âmbar e Jun observaram o forte dos inimigos. O pequeno chegou mesmo a pegar numa pedra e atirou-a pela janela de vidro partido. Escutaram somente o barulho do objecto aos trambolhões pelo chão de madeira, mas nada mais.

- Acho que podemos avançar… - sussurrou Âmbar, por cima do chilrear dos pássaros. E o irmão concordou com um breve aceno e expressão séria.

...”

(Continua amanhã! hehe)

6 comentários:

Vitor Frazão disse...

Ui, tão lixados... :)

Ana C. Nunes disse...

Gostei muito deste 'cheirinho', mas se me permites uma simples sugestão (mais opinião que outra coisa), acho que não fica nada bem quando colocas o «Mas esquecendo-nos do Outeiro»- Essa parte parece-me dispensável e acho que a narrativa funcionaria perfeitamente sem elas. Mas é só uma opinião. :)

Fora isso, gostei muito e fico à espera do resto.

Leto of the Crows - Carina Portugal disse...

Agradeço todas as opiniões ^^
Coloquei essa parte porque achei estranho passar, sem aviso, da descrição da casa para a criança, apesar de achar que também fica um pouco "dissonante".

Mas ainda bem que gostaste, obrigada ^^

Unknown disse...

As crianças nas mãos da Leto sofrem sempre... Pelo menos desta vez não há neve. 8D

E sim... essa passagem, parace que cria uma quebra.

Leto of the Crows - Carina Portugal disse...

Quem te ouvir pensa que eu não gosto de crianças xD

Patrícia disse...

Âmbar. Jun. Gosto de Jun, mas mais de Juno, por causa de eu filme que vi chamado Juno. Ou June, por causa do Fred.

Muito bem senhora dona Leto dos Crows. Crow! Crooooooow!